Hoje, vou descansar as saudades fora de mim...
Não quero pensar em nada.
Luís Paulo
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
sábado, 2 de novembro de 2013
A voz do Silêncio
É neste silêncio que
ouço a tua voz,
Sussurro cálido que chega
do frio escuro do meu quarto e invade a minha alma. Palavras simuladas,
deléveis, de promessas que segredavas que ficaram por realizar.
São quatro da manhã e
não me deixas dormir. Do relógio, ouço os passos quietos do amanhecer, suaves,
como cristais, que brilham a memória do tempo: Memórias diluídas em meras
lembranças, mas que a tua voz remexe e não me deixa esquecer.
É assim desde á muito,
A tua voz vem continuamente
no silêncio da noite. Avizinha-se devagar de início… muito devagar… melíflua, com
timbre agradável e harmoniosa antes de conquistar a minha mente numa gritaria guerreira.
A tua voz vasculha os meus pensamentos, e num diálogo mental, atiras a
desordem, o caos e a guerra é estabelecida na minha alma. A minha noite calma é
interrompida e o meu sossego vandalizado. A tua voz é como um nó górdio que me
fere e me rouba a paz. No meu leito inquieto, sinto o sabor a sangue de dor do meu
coração, e o meu corpo deitado é terra queimada.
Ainda ontem o silêncio
teve este simpósio comigo. Nesta dicotomia… nesta guerra do pensamento, peço-te
sempre que me exorcizes de ti.
Venho a repetir-me.
Gostava tanto de olhar
o teu rosto, olhar os teus olhos e dizer as coisas que ficaram por dizer…
Se um dia voltares,
trás contigo a justiça, ou então, vem calada com o silêncio dos íntegros.
Porque eu de ti quero
apenas o que me roubaste: os meus sonhos, a minha alegria, a minha paz.
Pensas devolver-me as
noites que não dormi? A verdade? Pensas devolver-me a verdade? Não! Eu sei que
não! Não existe em ti verdade. Nunca foste amiga, foste apenas alguém com
curiosidade, querias saber como amanhecia, como eram os meus dias na minha
intimidade.
Tenho esta luta comigo,
e a merda das lágrimas não param de cair. Sim choro! Choro, mas não sei que
choro é este, não sei que indefinição é a minha alma. Não sei se é um choro de
algum resto de amor que guardo por ti, se é um choro de raiva, ou se choro
apenas com pena de ti. Mas choro publicamente, porque tu um dia foste as
margens do meu rio.
Luís Paulo
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