
A tarde ia avançada,
Envelhecia
O Sol,
Decidido que
havia brindado o dia, deitava-se agora no crepúsculo, estreitando de laranja
o horizonte
Débil,
Desmaiado, acamava-se
lentamente
Como tela
dúplice numa beleza plangente
Sentado,
Defronte á
angra,
Alheado,
Á maré crescente
Ali estava eu, desfalecido… vencido p`lo presente
Olhos marejados,
Vil sofrimento,
Nem a perfeição da paisagem me dava alento
Ergui o olhar,
O Sol cedia lugar á Lua,
Sedutora,
Vestida de luz
Aprontava-se ao espelho d´agua, refletindo sua beleza
como vela a bruxulear
De ombros caídos,
Melancólico de saudades
Recordei lugares…
Etéreos Luares
A suave maresia,
O sulcado do teu respirar
O indizível do teu amar
A fragrância do teu corpo suado…
Então,
Abatido,
A cabeça sobre os joelhos cansados
Espreitei um ultimo olhar ao horizonte,
Também ele mostrava
ser triste… sorriu para mim
Sorriso, que
além de triste, vinha meigo… Com bonomia, numa autorizada empatia
Elevei um
pouco mais os olhos, vi num traço da lua, uma pincelada tua…
Paixão
despida, chama apagada…
Lágrimas
sofridas, por tua alma caídas.
Luís Paulo