
Sou caminhante nas terras do nada
Como a névoa
fátua, também sou passageiro
Nesta estrada fria, triste, sinuosa
Na minha terra sou estrangeiro
Percorro dia e noite ruas descalças
Em busca de calor humano
Dos prédios de esquinas polidas
Meus olhos só vêm desgraças
Lisboa que foste menina
Aos olhos dum poeta verdadeiro
Hoje carregas a desgraça
Que se vê no mundo inteiro
Fogem de ti os teus filhos
P`la vergonha de quem te lida
Partem, vão para outros lugares
Em busca de melhor vida
Com lagrimas nos olhos
Vão-se, ficam saudosos
O tempo esquece o tempo cura
Começam de novo, são felizes
Sem aquela amargura
Luís Paulo