Bem- Vindo

Bem- Vindo
Queria tanto ser poeta, falar do mundo, do amor... Porque não da dor? Do sofrimento... Da injustiça então... Enfim, falar do meu sentimento

domingo, 18 de setembro de 2011

Audácia...


Ambicionava tanto que estivesses aqui.

Olhar-te nos olhos…

Ver-te sorrir…

Quando me lembro, das tuas palavras segredadas… Que saudades meu Deus!

Teus abraços, são como um cachecol, que me envolve e aquece no inverno mais frio…

Recordo, francamente, a última primavera. --- Testemunhámos o aparecer das primeiras andorinhas… Olhámo-nos sorrindo sob o Sol de Abril… Falaste que adejavam baixo… Um adejar meio atabalhoado, mas único e de uma grande beleza, adicionaste.

Interpretámos nesse momento, momentos ímpares… excepcionais, de uma grande singularidade e cumplicidade…

Lembro, que toquei teus lábios carnudos e aveludados. --- Beijei-te ao de leve, com medo de te magoar… Depois mais enérgico… Com fome de ti, sôfrego, saciei-me num sabor a pétalas açucaradas… Teus lábios eram como deliciosos gomos, que se abriam como uma flor diante do Sol.

Perdemo-nos para lá do horizonte, num paraíso de sensações e sentimentos, afogando-nos um no outro, derretendo-nos num amor incandescente…

Nada mais existia, apenas nós dois e aquele instante. --- Com os corpos colados, fundimo-nos num só e amámo-nos toda a noite…

Hoje. --- As minhas noites não são mais ditosas.

Tenho sonhos. --- Tenho pesadelos… Sonho que te afastas… Primeiro afastas-te devagar, muito devagar … Tento alcançar-te. --- Quanto mais me aproximo mais tu te afastas… Corro… Corro desesperadamente… Chamo por ti… Quanto mais corro, mais longe estás… Estou cansado, sinto dificuldade em respirar… Corro… Meus pulmões, não aguentam tanto esforço… Sinto-me desmaiar de cansaço… Mas, vejo-te cada vez mais longe… Vejo-te desapareceres… Vejo-te esfumares, como uma bruma…

Então, quando desapareces… Quando deixo de te ver. --- Acordo… Acordo aflito, alagado em suores frios, num leito intranquilo… Inquieto… Desassossegado.

Lentamente e quando me apercebo que não passou de um sonho… De um pesadelo… Quando a respiração começa a normalizar… A pacificar… Sou confrontado com a dura realidade.

Onde estás tu minha querida?

Levanto-me da cama, sento-me e então choro. --- Choro de saudades… Das primaveras passadas… Dos teus olhos… Do teu sorriso… Dos jantares á luz das velas… Das conversas… Das noites de amor… De ti…

Hoje, no meu quarto. --- Espraiado… Taciturno… Afiguro esses instantes cingidos nesse amor intenso.

E audaciosamente tomei uma decisão…

Vou lutar por ti… Vou parar de ter pena de mim mesmo… Vou lutar contra os pesadelos… Vou lutar contra o mundo… Vou lutar contra todos os opositores… Vou lutar contra o sofrimento… Vou conquistar-te outra vez…

Vou olhar-te nos olhos… Vou ver-te sorrir… Vou passar muitas primaveras contigo… Vou amar-te de novo.

                                                                                                  



                                                                         Luís Paulo










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