Bem- Vindo

Bem- Vindo
Queria tanto ser poeta, falar do mundo, do amor... Porque não da dor? Do sofrimento... Da injustiça então... Enfim, falar do meu sentimento

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Oceano estéril


Nas encostas ingremes
Nas falésias
Oiço ecos das suas récitas
Uvas no cesto a vindimar

Alegres, cheios de amor, cantam estes homens o seu labor
Têm faina, têm de comer
Época sem receio, três meses sem temor

 Gaivotas soltas em voo picado

No céu azul nacarado
Entoam alegres o seu grasnado

 O mar,
águas de sal,
manto livre extenso e anilado
por homens rudes lavrado,
com redes por arado
debulham o mar

 P´la alvorada
cansados da jornada
rosto encovado da noite dura e apertada
Agarrados á traineira, a sua enxada

Vêm em terra os filhos, ansiosos da chegada
Andrajosos, com frio e olhos de fome
Num lamento choram e clamam
Vem vazia não trás nada

 
Luís Paulo