Bem- Vindo

Bem- Vindo
Queria tanto ser poeta, falar do mundo, do amor... Porque não da dor? Do sofrimento... Da injustiça então... Enfim, falar do meu sentimento

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O Livro



 Era sábado,
A tarde findava,

Escoltadas por um vento de leste, nuvens azul ferrete, iam conquistando o dia, conduzindo a noite precoce de Novembro

A brisa cada vez mais robusta fazia um rumorejar nos ramos das árvores, balançando os pássaros que chilreavam procurando o melhor galho para pernoitar.
Algumas folhas secas passavam rapidamente impelidas pelo vento, que pareciam fugir assustadas a qualquer coisa que as perseguia.

Testemunhei que tremia, que também eu perseguia… perseguia-te a ti…

Entrei num ambiente acolhedor, tranquilo, uma pacificidade intelectual, onde vários grupos dispersados pela sala conversavam entre si.
Olhaste para mim,
Eras o livro mais lindo do evento.
Livro carregado de promessas,
Olhares cruzados, enlevados, abraçados, num enlace apertado, espontâneo, suave, delicado, numa fragilidade que é tua… uma orquídea nua…

Tudo era pequeno ao teu redor,
Não sorrias, irradiavas… pelo espaço flutuavas,
Eras a própria essência de uma fragrância floral, um bálsamo perfume do mar…
Falaram de vidas… de existências teoremas…
Discursaram poemas… dediquei-os a ti
A sala enchia… mas, sem ti, era fria, vazia…
Senti que te perdia, perdi-me em mim
Saí… estava noite, achava-se frio,
Fui empurrado por pensamentos como correntes de um perturbado rio…
Naufraguei á deriva por aí, e como náufrago exausto, adormeci, e sonhei com o livro que não li.

 
Luís Paulo
"Foto Web"