Bem- Vindo

Bem- Vindo
Queria tanto ser poeta, falar do mundo, do amor... Porque não da dor? Do sofrimento... Da injustiça então... Enfim, falar do meu sentimento

sábado, 5 de julho de 2014

O último dia


Está a completar um ano que partiste meu amor,
ainda hoje ouço a tua voz;

“Olha, que lindo, olha, como o céu é lindo de cor de laranja”.
Parecias uma criança a contemplar o pôr-do-sol.

Sorrias e apontavas o horizonte quando o sol se deitava e as sombras do crepúsculo tisnavam o azul do mar.

Faz um ano meu amor e é tanta a demora.
A tua ausência é um vazio cruel que me inquieta, como se o tempo fosse um algoz a fazer-se passar devagar.

Naquele dia jantávamos o fim de verão,
o teu último dia junto a mim.

A vida afastava-te.
Imigravas com um choro silencioso e um protelar de sonhos.

De repente ficaste triste,
o teu olhar era um olhar de quem tinha saído de um sonho que chegava ao fim.

Fechaste os olhos e inspiraste a maresia como se enchesses o peito de saudade.
A aragem poente arrepiou-te a pele e abraçaste-me o olhar.

Completa agora um ano meu amor,
Tanto tempo.

A tua falta cansa-me,
deixa-me num estado sem alma em que nada acontece como se a minha vida parasse.

Agora,  
que se aproxima o mês de todos os regressos, sei que vens dos céus como nas asas dum cupido de volta a mim.

Depois meu amor,
quando olhar os teus olhos e te apertar nos meu braços num abraço forte, não quero jantar apenas o início do verão,

quero dança-lo,
quero descansar em ti toda a noite esta saudade antes que se solte de novo o inverno frio da vida.

E não sei se te deixo partir de novo.

 
Luís Paulo

Imagem Web

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