Está
a completar um ano que partiste meu amor,
ainda
hoje ouço a tua voz;
“Olha,
que lindo, olha, como o céu é lindo de cor de laranja”.
Parecias
uma criança a contemplar o pôr-do-sol. Sorrias e apontavas o horizonte quando o sol se deitava e as sombras do crepúsculo tisnavam o azul do mar.
Faz
um ano meu amor e é tanta a demora.
A
tua ausência é um vazio cruel que me inquieta, como se o tempo fosse um algoz a
fazer-se passar devagar.
Naquele
dia jantávamos o fim de verão,
o
teu último dia junto a mim.
A
vida afastava-te.
Imigravas
com um choro silencioso e um protelar de sonhos.
De
repente ficaste triste,
o
teu olhar era um olhar de quem tinha saído de um sonho que chegava ao fim.
Fechaste
os olhos e inspiraste a maresia como se enchesses o peito de saudade.
A
aragem poente arrepiou-te a pele e abraçaste-me o olhar.
Completa
agora um ano meu amor,
Tanto
tempo.
A
tua falta cansa-me,
deixa-me
num estado sem alma em que nada acontece como se a minha vida parasse.
Agora,
que
se aproxima o mês de todos os regressos, sei que vens dos céus como nas asas
dum cupido de volta a mim.
Depois
meu amor,
quando
olhar os teus olhos e te apertar nos meu braços num abraço forte, não quero
jantar apenas o início do verão,
quero
dança-lo,
quero
descansar em ti toda a noite esta saudade antes que se solte de novo o inverno frio
da vida.
E
não sei se te deixo partir de novo.
Imagem Web
Sem comentários:
Enviar um comentário